Decisão do STF pode mudar contratações de profissionais como PJ

Decisão do STF pode mudar contratações de profissionais como PJ

Medida anunciada por Gilmar Mendes suspende ações que tratam de fraudes na contratação por pessoa jurídica.

Decisão do STF pode mudar contratações  de profissionais como PJ

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão de todos os processos trabalhistas que tratam de pejotização, modelo em que empresas contratam profissionais como pessoas jurídicas (PJs) em vez de registrá-los pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) . A decisão foi tomada pelo ministro Gilmar Mendes e anunciada em 14 de abril.

Essa medida paralisa milhares de ações em andamento e terá impacto direto na rotina de empresas, advogados e trabalhadores, já que o julgamento será feito com repercussão geral, ou seja, a decisão final valerá para todos os casos semelhantes no país.

Segundo a advogada trabalhista Rafaela Sionek, a suspensão abrange processos que discutem:

  • A competência da Justiça do Trabalho para julgar casos que envolvam suposta fraude em contratos civis ou comerciais;

  • A legalidade da terceirização e da pejotização como forma de contratação;

  • O ônus da prova quanto à existência de vínculo empregatício em contratos firmados entre empresas.

O objetivo da decisão é unificar o entendimento da Justiça brasileira sobre o tema, diante do crescimento expressivo das ações relacionadas à pejotização. Em 2024, esse tipo de processo superou o número de ações cíveis no STF, representando 42% do total de reclamações recebidas.

Foram 4.274 ações trabalhistas, um aumento de 65% em relação a 2023, quando foram registradas 2.594 reclamações — e mais de seis vezes o volume de 2018, ano em que a Reforma Trabalhista passou a permitir a terceirização da atividade-fim.

Quem será afetado?

Todos os trabalhadores e empresas que tenham ações em curso sobre contratos de prestação de serviço via PJ, especialmente os casos em que se discute:

  • Se há vínculo empregatício disfarçado;

  • Se houve tentativa de burlar a legislação trabalhista com a contratação via empresa (pejotização);

  • Se a Justiça do Trabalho pode julgar esses contratos ou se devem ser tratados como relação comercial.

Até quando os processos ficarão suspensos?

A suspensão permanece sem prazo definido, e os processos ficarão parados até o STF julgar o mérito da questão. A decisão será definitiva e terá força de jurisprudência nacional.

O que pode acontecer a partir de agora?

A tendência, segundo especialistas, é de que o STF valide a possibilidade de contratação por pessoa jurídica, desde que não exista subordinação direta ou características de vínculo empregatício.

De acordo com Sionek, o Supremo já tem decisões pontuais nesse sentido. O julgamento poderá consolidar esse entendimento e trazer mais segurança jurídica para as empresas que contratam por meio de PJs.

FONTE : PORTAL CONTÁBEIS

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